Os cemitérios públicos da cidade de São Paulo estão recebendo de 30 a 40 corpos por dia de pessoas que morreram com suspeita de infecção pela doença Covid-19, mas sem que tivessem feito teste ou sido avalizada pelo exame laboratorial.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, o atraso do Instituto Adolfo Lutz em disponibilizar os resultados dos testes de comprovação da doença, é a causa da maioria desses mortos não aparecerem nos boletins divulgados pelo Ministério da Saúde como óbitos recorrentes da Covid-19.
Em praticamente todos os casos, os médicos que assinam os documentos de óbito, necessários para a permissão do enterro, afirmam que aguardam os resultados de exames para comprovação da causa da morte e apenas apontam suspeita de coronavírus.
Das 121 mortes registradas até agora em São Paulo, 79 ocorreram na Rede particular Sancta Maggiore. Contudo, quase todos os corpos que estão chegando nos cemitérios públicos estão vindo do SUS, que, diferentemente da rede particular, depende exclusivamente do Instituto Adolfo Lutz para o processamento dos testes de Covid-19.
“Sem a confirmação do instituto não podemos colocar a causa da morte como sendo a infecção pelo coronavírus, o caso fica em aberto”, diz a médica sanitarista e coordenadora do Serviço de Epidemiologia do Instituto Emílio Ribas, Ana Freire Ribeiro.
Ainda de acordo com a Folha, a Secretaria de Saúde de São Paulo, assim como o Serviço Funerário Municipal da capital, se recusam a dar informações sobre o número total de pessoas que morreram e foram sepultadas como casos suspeitos de COvid-19.
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