Registros oficiais do novo coronavírus no Brasil representam apenas 8% do número real de casos, de acordo com uma projeção do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), divulgados na última segunda-feira (13). Os índices verdadeiros seriam até 12 vezes maiores ao divulgado pelo Ministério da Saúde e poderiam já estar beirando os 300 mil.
O percentual de notificações está ainda mais baixo do que a média nacional em São Paulo (6,5%) e no Rio de Janeiro (7,2%). A nota técnica diz que “o elevado grau de subnotificação pode sugerir uma falsa ideia de controle da doença e, consequentemente, levar ao declínio da prática de ações de contenção, como o isolamento horizontal”.
O objetivo dos pesquisadores é, justamente, alertar para a importância de testes em massa e fornecimento de dados mais consistentes.
“O principal problema da subnotificação é que as pessoas que possuem o vírus, mas não foram testadas podem eventualmente ter um relaxamento maior no isolamento social”, afirmou o pesquisador do Nois, Marcelo Prado, engenheiro da Biz Capital. “À medida que a subnotificação aumenta, um número maior de pessoas pode relaxar na questão do isolamento social e, com isso, aumentar as taxas de contágio da doença”.
Além disso, explica, o conhecimento da real dimensão da epidemia é fundamental para as autoridades de saúde dimensionarem os equipamentos necessários (como leitos de UTI, ventiladores, entre outros) e implementarem políticas de isolamento mais eficientes, centradas nos locais de maior prevalência da epidemia.
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