Covid-19: Estudos mostram que reduzir isolamento pode ser desastroso

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O ministro da saúde Nelson Teich, alinhado com o presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o governo prepara diretrizes para reduzir o isolamento social, uma vez que “não há crescimento explosivo da COVID-19 no Brasil”. No entanto, a análise do ministro não se sustenta quando confrontada com as estatísticas.

Mesmo diante das subnotificações, o país está entre os 15 países com o maior número de casos no mundo. Para entender a evolução da doença é preciso olhar para a taxa de mortalidade, o número de pessoas contaminadas a partir de um caso confirmado e como é o ritmo no aumento no número de mortes.

Ao se comparar o número de mortos, 3.670 óbitos pela COVID-19, com a população brasileira de 212,6 milhões, pode se chegar a uma conclusão errada. Não basta fazer a simples comparação entre população do país e números de mortos. O percentual pode parecer inexpressivo. Os Estados Unidos, por exemplo, com população de 331 milhões, têm 40 mil mortes. No entanto, ao olhar para os números é importante entender em que ponto da curva de evolução da pandemia o Brasil está – o que indica é que ainda não estamos no pico da pandemia. A base de comparação, os primeiros casos nos Estados Unidos, foram confirmados em 1º de janeiro. Já no Brasil, essa confirmação veio quase dois meses depois, em 26 de fevereiro.

Um estudo estatístico feito por grupo de pesquisa do curso de medicina do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) em parceria com o Comitê de Enfrentamento à COVID-19 em Minas, aponta para o R-0, um coeficiente que indica o número de pessoas que podem ser infectadas a partir de um paciente positivo. O número demonstra que a pandemia está sob controle nos países em que o R-0 fica abaixo de 1. Nesta lista, já estão Suíça, Espanha, Áustria, Itália e Israel. No Brasil, no entanto, o R-0 é 2,6. Com esse número seria necessário aumentar as ações de isolamento social para que haja controle efetivo da doença.

“Não se pode olhar apenas para o número absoluto. É preciso olhar a evolução do padrão da curva ao longo do tempo”, afirma o professor do UniBH Bráulio Marinho Couto. O pesquisador trabalha com números do CDC Europeu que apontam que 78% dos casos confirmados da COVID-19 estão concentrados em 16 países.

Fonte: Jornal Estado de Minas

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