O ex-presidente e atual senador do Uruguai, Pepe Mujica, de 85 anos, anunciou formalmente na última terça-feira (20), a sua saída da política. A despedida se deu por conta de uma doença autoimune, o que o torna ainda mais vulnerável ao novo coronavírus.
“Esta situação me obriga, com grande pesar por minha profunda vocação política, a solicitar que se tramite minha renúncia à cadeira que os cidadãos me concederam. A pandemia me expulsou. Na vida, há uma hora para chegar e uma hora para partir”, afirmou Mujica em uma carta lida em sessão extraordinária do Senado uruguaio. Meses atrás, o ex-presidente já havia informado que sairia da política.
Também ele chegou a dizer que “em política não há sucessão, há causas. Todos passamos, algumas causas sobrevivem e têm de ser transformadas, e a única coisa permanente é a mudança. A biologia impõe mudanças, mas também precisa existir a atitude de dar oportunidade às novas gerações”. A cadeira que o agora ex-senador ocupava na Câmara Alta será destinada a Alejandro Sánchez, também da Frente Ampla.
José Alberto “Pepe” Mujica Cordano nasceu na cidade de Montevidéu, em 1935. Em 1964, tornou-se guerrilheiro no Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros. Foi preso político por 15 anos pela ditadura militar e considerado um dos “reféns” do regime, que seria executado caso seu grupo retomasse a luta armada.
Mujica é agricultor e passou por diversos cargos na política uruguaia, inclusive o de Ministro da Agricultura. Em 2010, foi eleito presidente e um dos pontos mais altos do seu mandato foi a legalização do uso e cultivo da maconha no país – no ano de 2013 -, o que levou o Uruguai a ser o primeiro país do mundo a legalizar a planta.
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