Baiano supera infância pobre, se torna químico conceituado na Alemanha e critica elite brasileira

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Em entrevista ao G1, o químico José Carlos Santos, natural de Jaguaquara, falou sobre sua vida e seu trabalho de desenvolvimento de tratamentos para câncer de próstata, em Heildeberg, na Alemanha.

O cientista de 40 anos é formado em química pela Uesb e tem dois mestrados: um em Química Medicinal, pela Universidade de Regensburg, na Alemanha, e outro em Química Radiofamacêutica e Terapêutica, pela Universidade Clássica de Lisboa, em Portugal, além de doutorado pela Universidade de Heidelberg, onde mora há 13 anos.

José Carlos falou sobre a escolha do tema estudado, o câncer, que teve a ver com o sofrimento passado por alguns amigos e familiares. O foco do seu trabalho é o desenvolvimento de novas radioterapias, que tragam melhoria no tratamento, mas minimizando os efeitos colaterais. “Elas são radioterapias com um novo conceito, com conceito de teranóstico, tera significa terapia e nóstico diagnóstico. É uma radioterapia com função dupla, que ajuda no diagnóstico e tratamento e tem uma contribuição gigantesca para a medicina nuclear”, disse.

Em uma família com sete irmãos, o químico baiano morou até os seis anos na zona rural de Jaguaquara, para em seguida ir para a cidade. Durante sua infância, trabalhou na feira vendendo farinha e feijão e, junto com um outro irmão, era o responsável pelo sustento da família. José Carlos não poupou críticas à elite brasileira. “Nossas escolas, hoje, não permitem que muitos ‘Carlos’ consigam avançar. A gente vê que a classe dominante tem feito de tudo para que isso continue. A elite brasileira não acordou”, disse José Carlos, que tem trabalho social na Bahia, que cuida de idosos em Apuarema, a 56 km de Jaguaquara.

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