Com o objetivo de aprofundar o debate e promover cada vez mais mudanças na sociedade, pesquisadores baianos têm se dedicado ao desenvolvimento de projetos que contribuam para uma educação linguística antirracista.
Recentemente, o Professor de Línguas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e consultor de Linguagem, Maurício Souza Neto, lançou uma série online chamada “Educação Linguística e Antirracista”. A série propõe mudanças individuais e coletivas em relação à expressão do racismo na linguagem, através de vídeos postados duas vezes por semana nas redes sociais.
Para Maurício, não usar expressões como “denegrir”, “mulata” e “lista negra” não é o suficiente para combater o racismo. “É necessário mudar a nossa atitude contra o racismo e a educação linguística faz parte disso, não somente através de palavras soltas, e sim envolvendo uma série de coisas relacionadas à língua, inclusive, ampliando o vocabulário” afirmou o professor. Ele também destaca a importância da leitura de livros de autores/as pretos/as e que tenham pretos/as como protagonistas.
Já o Doutor em Letras na área de Linguística e Professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Gabriel Nascimento, lançou, recentemente, o livro “Racismo Linguístico”, que é fruto da sua tese de doutorado. Gabriel define o termo como “a maneira com que o racismo estrutura a língua e como o racismo é alimentado também por ela”.
Para Gabriel, a força das expressões racistas no Brasil está relacionada à ausência de pretos/as em posições de poder. “Quando os negros ocupam esses postos, o racismo é obrigado a se sofisticar, mas a gente também é obrigado a reformar a linguagem. Estamos falando de onde os negros possam mais falar e onde os outros possam mais ouvir e possam mudar suas posturas, lutar por essa história também”, explicou o doutor. De acordo com ele, o investimento em educação, especialmente a de base, é necessário para ocupar esses espaços.
Com informações do G1.
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