Nesta terça-feira (08), dia de Nossa Senhora da Conceição, o Elevador Lacerda, primeiro que serviu de transporte público no mundo, completa 147 anos de história. Idealizado pelo engenheiro Antônio de Lacerda e construído pelo irmão Augusto, a obra começou em 1869 e foi concluída em 8 de dezembro de 1873.
O cartão-postal de Salvador já foi considerado o mais alto elevador urbano do mundo. Seu nome – em homenagem ao idealizador – foi adotado em 1896. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), anualmente 5,4 milhões de passageiros utilizam o equipamento que liga as praças Tomé de Souza, na Cidade Alta, e Cairu, na Cidade Baixa.
De março a agosto, por conta da pandemia de coronavírus, o meio de transporte ficou fechado. Em agosto, o ascensor voltou a funcionar com 30% de sua capacidade, ou seja, seis pessoas por cabine. Para retomada das atividades, o Elevador Lacerda passou por intervenção da Prefeitura para implantação de climatização e estabelecimento de protocolos de segurança para utilização pelos cidadãos.
História – O equipamento já passou por uma série de reformas até chegar ao modelo atual. A primeira delas foi em 1906, quando começou a funcionar movido a eletricidade e teve sua base alargada. Neste ano, precisou parar de funcionar devido às obras de eletrificação, e já no ano seguinte foi reinaugurado. A maior mudança aconteceu em 1930. Nessa nova estrutura foi acrescentada uma nova torre, com mais duas cabinas, além de substituir as duas existentes por modelos mais modernos e eficientes.
Topografia – O Elevador Lacerda foi criado para solucionar um problema existente de desnível na cidade. No início do século XVII, o uso de guindastes era a única solução para o transporte de cargas em Salvador. As pessoas precisavam se locomover usando longas escadarias e ladeiras íngremes, o que dificultava muito o dia a dia da população. Desde então, além de ajudar os moradores, ele tornou-se um cartão postal e uma atração turística.
De acordo com o historiador Iuri Santos, os elevadores criados em meados do século XIX tiveram um papel crucial na verticalização das cidades, sobretudo nos EUA. “No caso aqui da Bahia, a construção dos irmãos Lacerda trouxe tal estrutura para a zona urbana, algo inédito até então, facilitando o deslocamento de pessoas entre a cidade alta e a cidade baixa de Salvador. Ali nascia uma marca da nossa cidade que ia além das suas funções diárias e se tornava um dos nossos mais importantes cartões postais, admirado até hoje por soteropolitanos e turistas de vários lugares do Brasil e do mundo”, explica.
Do alto de suas torres, descortina-se a vista da Baía de Todos-os-Santos, do Mercado Modelo e, ao fundo, o Forte de São Marcelo. A estrutura tem 72 metros de altura e duas torres: uma que sai da rocha e perfura a Ladeira da Montanha, equilibrando as cabines, e outra, mais visível, que se articula à primeira torre, descendo até ao nível da Cidade Baixa.
O elevador mais famoso da Bahia chega a transportar 900 mil passageiros por mês ou, em média, 28 mil pessoas por dia ao custo de quinze centavos de real por passageiro, num percurso de trinta segundos de duração.
Funcionamento – Atualmente, o equipamento funciona de segunda a sexta, das 7h às 22h, e aos sábados das 8h às 22h. Já aos domingos abre das 8h às 15h. Em 2013, no início da gestão funcionava apenas uma cabine.
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