Na noite desta terça-feira (16), a Polícia Federal prendeu em flagrante, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ). O parlamentar divulgou um vídeo no qual faz apologia ao AI-5, instrumento de repressão da ditadura militar, além de proferir discurso de ódio atacando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A prisão foi determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Na decisão, Moraes definiu que o mandado poderia ser cumprido “imediatamente e independentemente de horário por tratar-se de prisão em flagrante delito”. O ministro determinou que o YouTube retire o vídeo do ar, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, e ordenou que a polícia armazene cópia do material.
Mesmo em flagrante e por crime inafiançável, a prisão de um deputado federal precisa passar pelo crivo da Câmara. Na decisão, Moraes diz que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), deve ser “imediatamente oficiado para as providências que entender cabíveis”.
No vídeo, postado em rede social, Daniel Silveira faz ataques a seis ministros do Supremo Tribunal Federal: Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli. O parlamentar faz discurso de ódio contra o Supremo, faz apologia ao AI-5, considerado o ato de maior poder repressivo tomado durante a ditadura militar, e defende o fechamento do STF, o que é inconstitucional.
Antes de ser conduzido pela Polícia Federal, o deputado gravou mais um vídeo ameaçando o ministro Alexandre de Moraes. “Eu quero que você saiba que você está entrando em uma quebra de braço que você não pode vencer. Eu já fui preso mais de 90 vezes. Tu acha que vai mandar me prender, me assustar e me calar? Na verdade só vai me motivar. Isso é combustível para que eu continue a provar para o povo brasileiro quem são vocês. A partir daqui o jogo evoluiu mais um pouquinho”, disse o deputado bolsonarista. [Confira vídeo abaixo].
Silveira ficou conhecido desde as eleições de 2018 por quebrar uma placa com homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em março daquele ano. Três meses depois, o deputado divulgou um vídeo ameaçando manifestantes contrários ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Vocês vão pegar um ‘polícia’ zangado no meio da multidão, vão tomar um no meio da caixa do peito, e vão chamar a gente de truculento”, disse Silveira. “Eu estou torcendo para isso. Quem sabe não seja eu o sortudo, e eu descarregue a minha arma em um filho da puta, comunista, que tentar me agredir”, disse.
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Com informações do G1.
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