No último domingo (9), Dia das Mães, o presidente Jair Bolsonaro (ainda sem partido) promoveu um churrasco no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. Amigos mais próximos de Bolsonaro foram convidados para o evento.
Segundo Marcos Nogueira, colunista da Cozinha Bruta, do jornal Folha de S. Paulo, um churrasqueiro contratado veio de Belém do Pará, a 1.962 km de Brasília, para servir ao presidente. O churrasqueiro atende pelo apelido Tchê e é conhecido como “Churrasqueiro dos Artistas”.
Em uma postagem nas redes sociais de Tchê [veja abaixo], Bolsonaro aparece com dois pacotes de carne. Na embalagem, uma charge do presidente, o slogan de campanha de Bolsonaro e o nome do frigorífico. A mesma foto está no perfil do Frigorífico Goiás, e a legenda anuncia: picanha Mito.
De acordo com o colunista, ao entrar em contato com o frigorífico, em Goiânia, a picanha Mito estava em falta, mas era possível comprar a mesma carne com outra embalagem. Picanha de gado da raça wagyu, de origem japonesa, por modestos R$ 1.799,99, o quilo. Uma peça tem em média R$ 350 g e custa cerca de R$ 600. Segundo Marcos, no churrasco do presidente teve pelo menos duas dessas picanhas. Um total de R$ 1.200 em meros 700 g de carne.
“Bolsonaro não deve ter pago pelo bife-ostentação, mas definitivamente não pega bem o presidente exibir uma coisa assim quando a população mergulha na fome. Aqueles dois bifinhos valem mais do que um salário mínimo”, escreveu o colunista.
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De acordo com o Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, conduzido pela Rede Pensssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) e divulgado em abril deste ano, a fome atingiu 19 milhões de brasileiros em 2020. A pesquisa também revelou que 116,8 milhões de brasileiros viveram com algum grau de insegurança alimentar nos últimos meses, o que corresponde a 55,2% dos domicílios.
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