Técnica de enfermagem baiana se infecta com Covid, é demitida, mas deixa UTI para atuar na linha de frente da vacinação

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A experiência de 19 anos na área de UTI e Emergência não chega nem perto do que a técnica de enfermagem Elisangela Navarro, de 44 anos, passou com ela própria em maio deste ano. A reportagem é do BNews.

Diagnosticada com Covid-19 e dois filhos pequenos para criar, a profissional de saúde sofreu com a fase severa da doença, teve que ser internada por seis dias na semi-UTI do Hospital de Campanha Riverside, em Lauro de Freitas, e quando voltou, mesmo debilitada por causa das sequelas da Covid, foi demitida de uma clínica privada que trabalhava. Dias depois foi rapidamente contratada para atuar na linha de frente da vacinação contra a doença.

“Tinha pedido demissão da UTI ano passado por não suportar ver mortes de pessoas, e Deus me deu a oportunidade de fazer o que queria. Sou muito humana. Deus me deu essa benção. Sou uma mulher de fé e Deus me deu essa missão. Chorei muito de felicidade”, conta.

Elisangela atua no ponto de vacinação do Parque de Exposições, em Salvador, onde consegue – mesmo que de forma indireta – evitar que as pessoas cheguem no estágio da doença que ela chegou – ou até pior.

Dentro de casa, a técnica de enfermagem já havia sofrido anteriormente com a pandemia. Ela disse que, por causa da Covid-19, seu irmão teve Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A mulher de fé, como se intitula, atribui as superações das adversidades a Deus. “A minha alta foi Deus, não foi médica. Eu trabalho exatamente na área de UTI e Emergência, e nunca na minha vida imaginei que eu ia estar no lugar dos meus pacientes”, lembra.

Para o professor de enfermagem e presidente eleito do Conselho Regional da categoria na Bahia, Jimi Medeiros, a situação de Elisangela requer uma atenção melhor do Estado.

“A enfermagem é imprescindível na atenção à saúde, e mesmo diante de tantos desafios e dificuldades encontradas nos serviços de saúde, esteve presente na assistência, dos que precisavam das unidades hospitalares, ou na imunização. Ver uma profissional reabilitada após Covid-19, e agora já na ativa, mostra a força da profissão e do quão a categoria precisa ser mais valorizada. Não é sobre heróis, é sobre pessoas que se entregam ao trabalho e requer maior atenção do Estado”, pontuou.

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