Paulo Guedes chama ministro Marcos Pontes de astronauta e burro

Segundo jornal, ministro estava agoniado e resolveu desabafar sobre o uso do dinheiro público

Em reunião fechada com integrantes da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (26), que colegas do próprio governo são incompetentes. Ele se referiu a Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) como burro, e disse que “às vezes eu mesmo me pergunto o que estou fazendo aqui?”. A informação é do Painel, da Folha de São Paulo.

No encontro com a equipe que pede para ter de volta R$ 600 milhões de recursos retirados do ministério da área, Guedes afirmou que “não falta dinheiro para o país, mas falta gestão”. Segundo ele, há muita incompetência na gestão do dinheiro público, que ministros não executam os recursos que estão disponíveis e deixam valores parados, sem utilização. No local estavam deputados da base e de oposição.

Especificamente sobre a Ciência e Tecnologia, o titular da Economia se referiu a todo tempo a Pontes sem citar seu nome, mas chamando-o de astronauta. Ele deu a entender que o colega vive no ‘espaço’ e não entende nada de gestão.

Guedes criticou a reclamação sobre o corte nos valores da pasta, dizendo que cerca de 50% da execução orçamentária até agora não foi feita. Ele se queixou das prioridades do ministério, afirmou que sempre defendeu o investimento em ciência, mas que o dinheiro foi parar em ‘foguetes’. Foi nesse momento que ele usou a palavra “burro” para classificar Marcos Pontes.

O ministro da Economia usou Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) como exemplo da boa utilização dos recursos públicos, afirmando que tudo que entra na pasta, logo sai para investimentos na área.

Além das críticas à Ciência e Tecnologia, Guedes também citou outros dois ministros como exemplos que já foram negativos de gestão. Um deles foi Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).

Segundo versão contada pelo titular da Economia e relatada ao Painel, Jair Bolsonaro pediu no início do ano que arrumasse R$ 1 bilhão para a Infraestrutura. Depois de alguns estudos, Guedes declarou que decidiu que teria que tirar da pasta de Marinho.

Guedes atrelou a frustração do colega da Esplanada pelo corte a um problema de saúde que ele teve em seguida. De acordo com essa história, o ministro do Rio Grande do Norte pediu para tirar férias logo após perder os recursos e foi para a Bahia, onde teve um “piripaque” e teve que passar por uma cirurgia cardíaca. Marinho fez uma cirurgia no coração em julho.

Outro exemplo citado como negativo foi o de Ônyx Lorenzoni (Trabalho). Um parlamentar presente na reunião mencionou que Lorenzoni se preocupou em gastar dinheiro fazendo campinhos de futebol e campeonatos pelo país.

Guedes concordou imediatamente, dizendo que era exatamente essa a questão, falando que havia distribuição de medalhas e de troféu [nos supostos campeonatos organizados], em vez de pensar em outras prioridades.

De acordo com relatos feitos ao Painel, Guedes mencionou que tentaram derrubá-lo recentemente [em meio à crise envolvendo o teto de gastos] e que a todo momento tentam culpá-lo pelos fracassos do governo. Nesse contexto, ele falou que “às vezes eu mesmo me pergunto o que estou fazendo aqui”.

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