Presidente do PDT na Bahia, Felix Júnior diz que só muda voto se partido orientar

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O presidente do PDT na Bahia, deputado federal Félix Júnior, foi um dos 24 deputados baianos que votaram a favor da PEC dos Precatórios nesta quarta-feira (3). Em entrevista ao A Tarde, ele afirmou que a escolha do voto foi orientação do partido.

“Nosso líder na Câmara [Wolney Queiroz (PDT-PE)], em negociação com outros líderes de outros partidos, chegaram a um consenso de votar a favor para, dentre outras coisas, salvar o Auxílio Brasil, porque tem muita gente que precisa e conta com isso para ter comida na mesa. Então, ficou decidido que o partido orientaria a favor e eu votei com o partido”, disse o deputado.

>> Veja como votou cada deputado baiano na PEC dos Precatórios

Na semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), havia feito um teste em plenário e a PEC havia tido o apoio de apenas 256 parlamentares – 52 a menos que o mínimo necessário para aprovação de uma emenda à Constituição, que é 308. Na madrugada desta quinta-feira (4), porém, a PEC foi aprovada em primeiro turno por 312 votos, ou seja, quatro a mais do que precisava.

Do contingente de parlamentares que mudaram de posição no espaço de uma semana e passaram a apoiar a proposta do governo, os maiores destaques ficaram para o oposicionista PDT e para o PL que, ao lado do PP, lidera o centrão, o bloco de apoio a Jair Bolsonaro na Câmara.

A proposta – aprovada em primeiro turno – libera R$ 90 bilhões para Jair Bolsonaro gastar em ano eleitoral e é a principal alavanca para o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. Apesar de estar ciente disso, Félix Júnior disse que, ainda assim, votaria a favor, caso o partido não o direcionasse.

“Eu fico entre a cruz e a espada porque, se a gente vota a favor da PEC, está votando contra o ordenamento jurídico, contra pagamentos a quem tem direito, o que é errado. Mas, se a gente vota contra a PEC, a gente está votando contra um auxílio que já está fazendo falta na mesa de muita família brasileira. E depois de uma pandemia dessa, entre a opção de retardar o pagamento de precatórios ou colocar um auxílio emergencial, eu prefiro colocar o auxílio, mesmo que vá servir eleitoralmente a Bolsonaro”, afirmou ao A Tarde.

De acordo com o parlamentar, os gastos do governo federal com pagamento de juros da dívida pública ultrapassam R$ 200 bilhões anuais. Para ele, a mídia e a população deveriam se importar mais com isso, já que o orçamento está sendo comprometido. “Ninguém fala nada desses juros que são muito maiores que essa PEC. A PEC dos Precatórios está aí mexendo com R$ 30 bilhões ou R$ 40 bilhões ao ano para poder oferecer o Auxilio Emergencial”, argumentou o deputado.

Sobre a decisão do pré-candidato à presidência do Brasil, Ciro Gomes (PDT), de suspender a candidatura, Félix respondeu: “Ciro é polêmico né? Ele falou em suspender para arrumar. É um freio de arrumação. Vamos caminhar juntos. Agora a gente senta, conversa e fica tudo resolvido”.

Ciente da importância do voto do PDT na aprovação da PEC no segundo turno, Félix cita o PT, desconversa e reafirma: “Não somos como o PT que vota em tudo contra Bolsonaro. A gente avalia a situação e vota a favor ou contra, independente. Então, diante da situação apresentada por Ciro Gomes, nossa decisão deve ser invertida. Eu repito: voto com a orientação do partido”.

Eleições na Bahia

O deputado Felix Júnior afirmou que, assim como em Brasília, ele vai continuar seguindo a decisão do partido também na Bahia. “Eu defendo a unidade na Bahia. A gente não pode ter candidato que apoie o governo do estado e que fique no partido, nem pode ter no nível nacional. Por isso o alinhamento é necessário”.

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