O ex-secretário de Infraestrutura de Lauro de Freitas, Manoel Carlos, mais conhecido como Carlucho, afirmou nesta terça-feira (29) que foi traído pela prefeita Moema Gramacho (PT) ao ser exonerado da pasta na última sexta-feira. Segundo o ex-vereador, que é presidente do PSB no município, não há qualquer articulação do partido com a prefeita eleita, Débora Régis (União Brasil), dizendo que as duas plataformas de governo não se misturam.
Carlucho foi demitido por Moema quatro dias após a executiva do PSB decidir pela retirada do processo movido pelo partido contra Débora Régis, encerrando uma disputa judicial que se arrastava desde 2020 e que acumulou decisões contrárias na Justiça Eleitoral. Segundo o presidente da legenda, já havia no PSB o desejo de encerrar a ação, mas o grupo decidiu não fazer isso antes para não prejudicar a candidatura de Rosalvo (PT), escolhido por Moema para ser o seu sucessor.
“Eu fui traído. Porque, para Moema, todo mundo que desagrada é traidor. Foi assim com Vidigal (Cafezeiro, do Republicanos, vice-prefeito de Lauro de Freitas), que todo mundo viu como ficou na geladeira por quatro anos. Foi assim com Mirela (Macedo, ex-deputada, hoje no União Brasil), quando resolveu seguir o seu próprio caminho. Foi assim com outras figuras que se tornaram independentes do desejo de Moema: todo mundo foi tachado de traidor”, declarou Manoel Carlos em entrevista ao site Comunidade On.
Sobre a retirada do processo contra Débora, Carlucho disse que o PSB está sendo vítima de uma covardia: “Eram nove partidos (que idealizaram a ação). Cadê esses partidos que agora estão batendo palma, dizendo que a gente não deveria ter retirado? Eles se acovardaram lá atrás. Foi uma covardia total em cima do PSB. Mas nós seguramos aquilo enquanto deu para segurar. Moema sabia do nosso descontentamento e que a gente queria retirar. Nós só não tiramos antes o processo para não atrapalhar a candidatura de Rosalvo”, explicou.
O presidente do PSB municipal garantiu que a retirada do processo não ocorreu por uma negociação com Débora Régis e que não vai participar da próxima gestão: “Não existe articulação. Nós somos o Partido Socialista Brasileiro. Débora vai governar com quem a ajudou. Ela tá correta, vai governar exatamente com os seus pares. Nós não somos partícipes da vitória de Débora e não somos aproveitadores em absolutamente nada. O União Brasil pensa completamente diferente do PSB. É como água e óleo”, afirmou.