Candidata de Bolsonaro repassou verba pública para a família e própria loja

Carmen Flores teve 1,5 milhão de votos para o Senado no RS, mas não foi eleita

A empresária que se apresentava como “candidata de Bolsonaro” na disputa por uma vaga ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Carmen Flores repassou verba pública de campanha do PSL para a filha, a neta e a própria loja. Os pagamentos aparecem em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral.

A candidata obteve 1,5 milhão de votos, mas por ter sido a quarta colocada, não foi eleita. Carmen recebeu R$ 200 mil do PSL, valor proveniente do fundo partidário, dinheiro público para financiar as legendas e as campanhas eleitorais. Parte desse montante foi parar nas contas de familiares.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, a candidata disse “Não entrei para ganhar o Senado, mas para dar 28 segundos [na TV] para o Bolsonaro. Ele não tinha horário político, eu não tinha intenção de me eleger, em nenhum momento”.

A filha Maribel Lopes recebeu R$ 40 mil pelo aluguel de seis meses de um imóvel com o mesmo endereço da loja de móveis da mãe, em Porto Alegre. Já a neta da candidata recebeu R$ 1.155,45 para fazer panfletagem na rua, de acordo com os recibos.

Por meio de seu advogado, Lucas Ceccacci, Carmen respondeu que suas contas ainda não foram julgadas pelo Tribunal Regional Eleitoral e que toda a movimentação financeira foi registrada e tem origem. Sobre o pagamento a familiares, disse que “não há ilegalidades nas contratações”.

Carmen recebeu R$ 200 mil do diretório nacional do PSL para a candidatura, mas que “trabalhou para Bolsonaro”. “Eu não sabia o que era PSL, eu era Bolsonaro. Sempre admirei a causa Bolsonaro”.

Além do aluguel, a verba pública da campanha também serviu para mobiliar a sede do PSL no RS. Foram R$ 34 mil em mesas e cadeiras. As notas fiscais mostram que os móveis saíram de uma loja da rede “Carmen Flores” em Xangri-lá, no litoral gaúcho.

Algumas reportagens da Folha de São Paulo têm apontado a existência de um esquema de candidaturas laranjas do PSL para desviar verba pública eleitoral. A campanha de Bolsonaro foi marcada por um discurso de ética e de combate à corrupção. Agora, os laranjas estão na mira de Polícia Federal e Ministério Público.

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