Dois navios do Irã estão há semanas estacionados em frente ao porto de Paranaguá (PR) por falta de combustível para regressar ao seu país. A Petrobras se recusa a lhes fornecer diesel, alegando temer as consequências das sanções norte-americanas ao Irã — apesar de as embarcações transportarem milho. Alimentos e remédios estão, em princípio, excluídos das sanções.
Neste domingo (20), perguntado sobre o assunto, o presidente Jair Bolsonaro respondeu “estamos alinhados com a política dos EUA. Então fazemos o que temos que fazer”.
O Bavand, carregado com 48 mil toneladas de milho, deveria ter saído de Paranaguá em 8 de junho, e o Termeh espera desde 9 de junho para ser abastecido de combustível para viajar a outro porto, Imbituba (SC) para carregar milho também, segundo a revista Veja.
O Irã é um dos principais importadores do milho brasileiro. Também compra soja e carne bovina. Em 2018, o Brasil exportou o equivalente a 8,4 bilhões de reais à República Islâmica, ao passo que as importações foram irrisórias, 142 milhões de reais, segundo dados do Ministério da Economia brasileiro.
Na sua recusa a vender combustível aos navios, a Petrobras alegou esse risco de ser incluída pelos Estados Unidos numa lista negra de empresas que fazem negócios com o Irã, “o que acarretaria graves prejuízos”.
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