A baiana típica, com turbante e vestimenta de origem africana, é uma imagem icônica que encanta turistas do mundo inteiro. Para preservar as características da tradição ancestral e qualificar os serviços prestados aos visitantes, a Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA) promove a capacitação de 220 profissionais cadastradas na Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam), em Salvador. A iniciativa integra as ações do Governo da Bahia para o incremento do afroturismo.
No auditório da sede da Setur-BA, no bairro do caminho das Árvores, em Salvador, elas acompanham 42 horas de aulas sobre higiene e manipulação de alimentos, qualidade no atendimento, incluindo o segmento LGBTQIAPN+, empreendedorismo, preparação de indumentárias, montagem de tabuleiros e uso de maquiagem.
“A capacitação de mão de obra em serviços turísticos é uma das prioridades do Governo do Estado. No caso das baianas, tem todo um significado especial porque elas simbolizam a nossa terra, oferecendo um acolhimento único e gastronomia apreciada mundialmente”, ressaltou a diretora de qualificação da Setur-BA, Juliana Araújo.
“Essa iniciativa é importante porque mostra que a baiana não se limita a ficar atrás de um tabuleiro. Ela quer se qualificar, aprender, saindo da capacitação cheia de conhecimentos”, completou a diretora da Abam, Ângela Sousa.
A baiana de acarajé Daiana Ramos, 38 anos, que trabalha no Pelourinho, está motivada. “Além de vender acarajé, sou gastrônoma e sei da importância da higiene para preparar um alimento, além de respeitar as diferenças em relação à sexualidade. Por isso, é sempre necessário obter mais informações”, relatou.
Durante a capacitação, as participantes também conhecem como funciona a plataforma digital TurisQualy Bahia, desenvolvida pela Setur-BA, que oferece 40 cursos de capacitação on-line para pessoas que já trabalham ou desejam entrar no mercado do turismo. “Essa possibilidade de usar a internet para se especializar em outros segmentos turísticos é uma oportunidade que pretendo abraçar”, revelou Rosaneide Guedes, 36 anos, que mantém um tabuleiro de quitutes baianos na praia de Piatã.