Instalada nesta semana, a CPI da Covid já tem um primeiro alvo: os discursos de representantes do Governo Federal que possam ter agravado a pandemia. Segundo publicação da Folha de S. Paulo desta sexta-feira (30), a equipe que auxilia o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), levantou mais de 200 falas negacionistas de Bolsonaro, que entre outras coisas, traz críticas ao isolamento social e estimula o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19 no tratamento contra a doença.
Entre as seis linhas de investigação apontadas no plano apresentado por Renan Calheiros, a primeira se refere às ações do Governo Federal no enfrentamento da pandemia. No entanto, durante a semana, a mesma Folha de S. Paulo que trouxe a informação sobre o levantamento das falas negacionistas publicou matéria de bastidores que mostra que tanto aliados de Renan Calheiros como interlocutores do Governo Federal pediram para o relator da CPI “baixar o tom das críticas” a Bolsonaro.
Ao assumir a relatoria, na terça-feira (27), Renan Calheiros fez críticas ao negacionismo e disse que culpados existem e devem ser punidos emblematicamente. Antes de a CPI ser instalada, segundo a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo, o Governo Federal insinuou, nos bastidores, que quanto mais os trabalhos no Senado avançassem, mais operações da Polícia Federal atingirão prefeitos e governadores. Renan Calheiros é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB).
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