Gilberto Gil é eleito para a Academia Brasileira de Letras

Baiano vai ocupar a cadeira número 20, vazia desde 27 de maio do ano passado

Com 21 dos 34 votos possíveis, o cantor, compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil foi eleito hoje (11) para a cadeira número 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), vaga com a morte, em 27 de maio do ano passado, do jornalista Murilo Melo Filho. Os outros dois concorrentes foram o poeta Salgado Maranhão e o escritor Ricardo Daunt.

Os acadêmicos participaram da votação de forma presencial ou virtual, sendo que um deles não votou por motivo de saúde. Os ocupantes anteriores da cadeira 20 foram Salvador de Mendonça (fundador), Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão e Aurélio de Lyra Tavares.

De acordo com o presidente da ABL, Marco Lucchesi, Gil é um intelectual que pensa o Brasil. “Canta e pensa esse país; provou o exílio, em um momento muito difícil da nação; ocupou cargos importantes, como o Ministério da Cultura. Enfim, é um homem poliédrico, que representa parte essencial desses últimos anos do século 20 e do início do século 21. Portanto, ele é um homem que tem muitos traços de união: a política e a poética; século 20 e século 21; a tropicália e o modernismo. Ele é uma figura de extrema riqueza e, certamente, é muito bem-vindo agora como acadêmico, na casa de Machado de Assis”, disse Lucchesi.

Gil

Gilberto Gil iniciou sua carreira no acordeon, ainda nos anos de 1950, inspirado por Luiz Gonzaga, pelo som do rádio e pela sonoridade do Nordeste. Com a ascensão da Bossa Nova, Gil passou a tocar violão e, em seguida, a guitarra elétrica, presente em sua obra até hoje. Em seu primeiro LP, Louvação, lançado em 1967, traduziu em música, de forma particular, elementos regionais, como nas canções Louvação, Procissão, Roda e Viramundo.

Em 1963, iniciou com Caetano Veloso uma parceria e o movimento Tropicália, que acabou internacionalizando a música, o cinema, as artes plásticas, o teatro e a arte brasileira. O movimento gerou descontentamento do regime militar vigente à época, e os dois parceiros acabaram exilados. O exílio em Londres contribuiu para a influência do mundo pop na obra de Gil, que chegou a gravar um disco em Londres, com canções em português e inglês. Ao retornar ao Brasil, Gil deu continuidade a uma rica produção fonográfica, que dura até os dias atuais. São ao todo quase 60 discos e em torno de 4 milhões de cópias vendidas, tendo sido premiado com nove Grammy.

Suas múltiplas atividades vêm sendo reconhecidas por várias nações, que já o nomearam, entre outros, Artista da Paz, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1999; embaixador da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); além de condecorações e prêmios diversos, como a Légion d’ Honneur’ da França, a Sweden’s Polar Music Prize, entre outros. (Fonte: Agência Brasil)

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