Médico que interrompeu gravidez de menina de 10 anos estuprada desabafa: “Defesa da vida é uma falácia”

Manifestantes na frente do hospital chamaram a menina de “assassina” e tentaram impedir o procedimento

Uma menina grávida de 10 anos, estuprada pelo próprio tio desde os 6 anos, saiu do Espírito Santo, estado onde mora, até Pernambuco, para passar por um procedimento de interrupção de gravidez indesejada. No entanto, um grupo de manifestantes, com a informação de onde seria feito o procedimento, se reuniu na porta do hospital neste domingo (16) para impedir a interrupção da gravidez.

Um grupo de feministas foi ao local para enfrentar os manifestantes e o procedimento foi realizado ainda no domingo (16). O médico responsável, Olímpio Barbosa, em entrevista à rádio BandNews FM, disse nunca ter passado por uma situação semelhante. “Foi de uma tristeza, pessoas que defendem a vida chamando a criança de assassina, querendo fazer justiça dessa forma, logo em uma maternidade que acolhe mulheres em risco, fazendo barulho em um hospital com 104 mulheres internadas”, desabafou.

O procedimento foi realizado no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, (CISAM-UPE), onde Olímpio Barbosa é o médico gestor. O local é referência em Pernambuco nesse procedimento e no acolhimento às vítimas. Para Olímpio, obrigar uma criança a ter uma gravidez é um absurdo e contradiz o nome do movimento, “pró-vida”, já que a criança corria sério risco de ter complicações com a gravidez por não ter um corpo desenvolvido. “O Brasil é o país da hipocrisia. A defesa da vida é uma falácia. Se consideram que o embrião tem vida, deveriam estar nas portas das clínicas de reprodução humana, que descartam milhares de embriões”, completou.

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