NATAL: Grafiteiros arrecadam brinquedos para doar em comunidades de Salvador

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O coletivo de grafiteiros Nova10ordem, em parcerias com instituições e atores sociais, está promovendo durante o Natal de 2018, pelo décimo segundo ano consecutivo, uma ação de arrecadação de brinquedos para distribuir entre crianças de comunidades de Salvador.

Conhecida como Papai Noel Desordeiro, a iniciativa, que ao longo da sua existência vem atendendo entre oito e 15 comunidades da capital baiana – a depender do tamanho da arrecadação – presenteia de 500 a 3 mil crianças por ano, em localidades onde membros do grupo atuam cotidianamente, como Massaranduba, Solar do Unhão, Ladeira da Preguiça, São Braz, Cidade de Plástico, entre outras.

A ideia, afirma o grafiteiro Júlio Costa, membro do Museu de Street Art Salvador (Musas), é que a mobilização seja maior em 2018, a fim de atender mais crianças. Ele destaca a importância de incluir os jovens no Natal. Foi pensando nisso, contextualiza o artista, que o também grafiteiro Marcos Prisk teve a ideia de criar o Papai Noel Desordeiro, 12 anos atrás.

“O Papai Noel Desordeiro é tipo um remédio para nós, que, quando éramos guris, ou não tínhamos presentes ou nossos amigos próximos não recebiam presente”, define o grafiteiro. Ele destaca ainda que, apesar do apelo comercial, a festa natalina tem significados importantes para as crianças – o que motiva a realização do evento anualmente.

“A gente sabe que esse momento do Natal é uma data megacomercial, megacapitalista, mas aquela sensação de ser excluído passou pela vida de cada um de nós. Em alguns anos nossos pais tinham um dinheirinho, em outros não, além da dificuldade da ceia de Natal, de não ver a iluminação no nosso bairro, pois só existe nos bairros nobres”, afirma o artista visual.

Atualmente, conta Júlio, pessoas que já foram beneficiadas pelo projeto quando eram crianças colaboram com a iniciativa. Isso, acredita o artista, retroalimenta a ação, que para ele baseia-se prioritariamente nas ideias de aquilombamento, respeito e autocuidado.

“Nós não temos aquela ideia de benfeitores, de dar presentes a crianças carentes. Na verdade, nós damos presentes nos locais onde a gente convive e que têm alguma ligação com a gente. Infelizmente ou felizmente, as crianças desses locais precisam desses presentes”, defende.

Além do Musas, apoiam a iniciativa instituições como o Coletivo de Entidades Negras (CEN), o Instituto de Cultura Brasil-Itália (Icbie) e o projeto Mais Grafite, promovido em escolas da Bahia pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS).

Doações

As doações podem ser feitas na comunidade do Solar do Unhão, na Ladeira da Preguiça ou na loja de grafite Mil Muros, no Shopping Colonial, ao lado da Biblioteca dos Barris. A sede do Coletivo de Entidades Negras, no casarão número 25 da Rua das Laranjeiras, no Pelourinho, também é um ponto de entrega das doações.

No Solar, os pontos de arrecadação ficam na sede do Musas, no Ré-Restaurante de Dona Suzana ou na casa de Vovó Luzinete, moradora da comunidade. Já na Preguiça o ponto de referência é o Centro Cultural Que Ladeira É Essa?, onde o doador deve procurar Cris, Marcelo ou Gabriel.

Doações em dinheiro também podem ser recebidas pela conta Bradesco em nome de Júlio Augusto Pereira Costa, Agência 3012, Conta Poupança 0100501-4. O comprovante do depósito deve ser enviado para o WhatsApp 71 99234-2248.

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