Em reunião realizada na última segunda-feira, representantes das feiras de empreendedorismo de Salvador se encontraram com o ouvidor-geral do município, vereador Augusto Vasconcelos, para discutir os desafios e as dificuldades enfrentadas pelas feiras de variedades e artesanato realizadas em diversos bairros da cidade. A Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB), representada por Anne Cristina Nogueira, diretora de empreendedorismo, apresentou demandas urgentes relacionadas à infraestrutura, segurança e regulamentação das feiras.
Durante a reunião, Anne elencou problemas enfrentados pelos expositores, que incluem a falta de estrutura básica como lixeiras, iluminação adequada e segurança nos locais onde as feiras são realizadas. Ela pede diálogo com órgãos responsáveis, pois, segundo a diretora, a situação faz com que os próprios organizadores arquem com custos adicionais, contratando serviços de vigilância e manutenção, por exemplo. “As praças de Salvador não estão nos recebendo de forma digna para trabalhar. Falta o mínimo de infraestrutura, e nós acabamos tendo que bancar desde mão de obra de segurança até eletricistas”, afirmou Anne Cristina.
Além das questões estruturais, a diretora da ACEB apontou para a burocracia e dificuldades de comunicação com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (SEDUR), o que tem levado a entraves para a concessão de autorizações necessárias. Anne comentou sobre as tentativas de diálogo que não obtiveram resposta: “Procuramos a ouvidoria devido a diversas situações ocasionadas, inclusive nos agendamentos da SEDUR, onde já tentamos diálogo por diversas vezes e não conseguimos com o secretário.”
Após ouvir as demandas, o vereador Augusto Vasconcelos reafirmou seu compromisso com a melhoria das condições para os empreendedores locais. Segundo ele, a ouvidoria municipal vai tomar medidas para facilitar o diálogo entre a ACEB e os órgãos competentes, visando aprimorar a regulamentação e a gestão das feiras em Salvador. “Vamos realizar uma audiência pública para debater o tema e formalizar documentos para cada um dos órgãos específicos, com o objetivo de aperfeiçoar a gestão das feiras na cidade”, afirmou Vasconcelos.
Entre os pontos discutidos no encontro, o vereado destacou a necessidade de “uma política pública mais inclusiva para empreendedores de economia solidária, criativa e popular, além de um maior apoio para as mães solo e outras mulheres que dependem dessas feiras para garantir sua renda”. O vereador também expressou preocupação com a possibilidade de restrições que possam impactar negativamente o funcionamento das feiras, especialmente em áreas turísticas como o Farol da Barra, “que são cruciais para a geração de renda e para o turismo na cidade”.