“O Paulo Guedes é o meu posto Ipiranga.” É assim que Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República, se refere ao economista Paulo Guedes, coordenador de seu plano econômico. É o nome de Guedes que o ex-capitão do Exército evoca sempre que precisa falar sobre economia, assunto que admitiu não dominar.
Fundador do Instituto Millenium e do BTG Pactual e sócio da Bozano Investimentos, Guedes é PhD pela Universidade de Chicago, templo do pensamento econômico liberal. Crítico ferrenho dos governos social-democratas do PT e do PSDB, o economista propõe a privatização de tudo que for possível vender. “Não há limite”, disse à revista Veja.
“Que a nossa economia realmente passe a ser liberal. Este é o nosso sonho”, disse Bolsonaro no início do programa Roda Viva, no final de julho, quando indagado sobre o legado que gostaria de deixar para o Brasil, se eleito.
Esse discurso liberal tem amadurecido com a campanha, e Bolsonaro chegou a dizer que até a Petrobras poderá ser privatizada. Em entrevistas, o ‘posto Ipiranga’ do candidato explica que esse programa radical de privatizações seria o pontapé inicial de um projeto de ajuste fiscal.
Se Bolsonaro for eleito, Guedes assumirá o “superministério” da Economia, reunindo as funções hoje desempenhadas pelas pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio.
Com o slogan “mais Brasil, menos Brasília”, a equipe de Bolsonaro promete desmontar o “Estado-máquina” e descentralizar o poder, redistribuindo recursos para estados e municípios. Essa é a principal aposta de Guedes para garantir governabilidade a Bolsonaro no Congresso Nacional, que também dependerá de uma aliança com a centro-direita.
E assim vai ganhando forma um governo que seria conservador nos costumes e liberal na economia, como ambos gostam de classificar.
Com informações de HuffPostBrasil
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