No Brasil, 49% dos professores não recomendariam a profissão de educador aos recém-saídos do ensino médio, por considerar a profissão desvalorizada. É o que mostra a pesquisa do Todos pela Educação e do Itaú Social, feita pelo Ibope Inteligência, divulgada nesta segunda-feira (30).
De acordo com o levantamento, oito em cada dez professores do ensino básico no Brasil (que vai desde a educação infantil até o ensino médio) escolheram essa profissão por motivos relacionados à vocação ou por convicção do quanto esse trabalho é importante para a sociedade.
De acordo com a pesquisa, a desvalorização da carreira é o principal fator para tanta insatisfação entre os docentes. A sondagem revela que isso não está ligado apenas a uma questão de baixos salários – A remuneração média dos professores no Brasil atualmente é de R$ 4.451,56 (Ibope Inteligência).
No total, 48% dos entrevistados apontaram fatores ligados ao baixo reconhecimento da profissão perante a sociedade e o poder público como a principal explicação para não recomendar a carreira para terceiros. Outros 31% citaram a má remuneração como uma razão para isso – vale lembrar que os professores brasileiros recebem 25% menos do que as pessoas que atuam em outras áreas mas que têm a mesma formação que eles.
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Um terço dos professores ouvidos pela pesquisa afirmou que está totalmente insatisfeito com a profissão. Apenas 21% estão muito satisfeitos. O grau de satisfação tende a ser maior na rede privada de ensino e entre os professores das etapas iniciais da educação.
A pesquisa revela ainda que os poucos que recomendariam a carreira, em sua maioria, trabalham na educação do ensino infantil e fundamental I, ou tem menos tempo de profissão.
Quando perguntados sobre o que é preciso para que o professor seja mais valorizado, 69% dos profissionais pediram mais oportunidades de qualificação e 67% afirmaram a importância de envolver os professores que estão em sala de aula nos processos de decisão de políticas públicas.
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Durante a pesquisa, feita entre os dias 16 de março e 7 de maio, foram entrevistados 2.160 profissionais da educação básica em redes públicas municipais e estaduais e da rede privada de todo o país, sobre temas como formação, trabalho e valorização da carreira. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
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