Portadores de obesidade fazem parte do grupo de risco para a Covid-19

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Um em cada cinco brasileiros sofre de obesidade. A doença, que é considerada crônica e multifatorial, está entre as principais causas de várias comorbidades, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, vários tipos de câncer, síndrome de hipoventilação e outros problemas respiratórios. Essas comorbidades, por sua vez, aumentam o risco de agravamento do quadro em pacientes contaminados pelo novo Coronavírus.

“Dificilmente a obesidade vem sozinha. Em geral, os portadores de obesidade apresentam alguma comorbidade associada”, explica Erivaldo Alves, médico e diretor do Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade (NTCO). Segundo o NTCO, em média até 56% dos pacientes com obesidade sofrem de hipertensão arterial e 16% apresenta diabetes.

Nos Estados Unidos, um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) indica uma relação entre quadros mais graves de Covid-19 e a obesidade mórbida.

A capacidade respiratória é prejudicada pelo quadro de obesidade. O paciente portador de obesidade também é considerado do grupo de risco para desenvolver a forma grave do novo coronavírus, que leva a Síndrome Respiratória Aguda e compromete a função pulmonar.

De acordo com o médico Erivaldo Alves, além de todos os cuidados com a higiene, é possível controlar o peso, não engordando durante a quarentena e, ao mesmo tempo, adotar hábitos que fortaleçam a imunidade, o sistema de defesa do organismo. “Alimentação saudável e balanceada, beber pelo menos dois litros de água por dia, dormir bem, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, controlar o estresse e a ansiedade e, se possível, praticar alguma atividade física são alguns hábitos que ajudam a manter o peso adequado e preservar o sistema imunológico”, ressalta.

Dr. Erivaldo Alves, diretor do NTCO.

“É fundamental evitar todo tipo de excesso e se preservar para manter a imunidade boa e prevenir as complicações respiratórias do coronavírus, caso seja infectado”, explica. A imunidade baixa abre as portas do organismo para o vírus e as suas complicações como as infecções respiratórias. Ao fortalecer a imunidade, a produção de anticorpos é aumentada.

A obesidade é o resultado de um desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade gasta, causando acúmulo de gordura. É considerada uma doença crônica, multifatorial, progressiva e que pode causar a morte precoce. Entre as doenças e complicações associadas à obesidade, estão hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças osteoarticulares, diabetes, problemas de circulação, refluxo gastroesofágico, apneia do sono, esteatose hepática (gordura no fígado), alguns tipos de câncer, disfunções respiratórias, depressão e outros transtornos psicológicos.

Dados da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018), do Ministério da Saúde, revelam que o índice de brasileiros com obesidade cresceu 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. O levantamento também registrou crescimento considerável de brasileiros com sobrepeso (excesso de peso). Mais da metade da população brasileira, 55,7%, sofre de excesso de peso.

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