Prefeita de Morro do Chapéu é vítima de violência de gênero, afirma Justiça Eleitoral

0

A Justiça Eleitoral afirmou, em uma decisão, que a prefeita de Morro do Chapéu, Juliana Araújo (PDT), é vítima de violência de gênero. A sentença foi dada em uma ação movida pela coligação Unidos Por Morro do Chapéu/BA, adversária da prefeita, contra uma publicação de Juliana em sua página no Instagram em que relata estar sofrendo ameaças e denuncia ter sido vítima de importunação sexual e de invasão de domicílio durante o processo eleitoral deste ano.

A decisão, favorável à prefeita, a juíza Tatiana Tomé Garcia destacou “que se trata a importunação sexual de ato violador da integridade física e psicológica da vítima, no mesmo passo em que, verificado o contexto político, conforma ato de violência de gênero em desfavor da mulher atualmente gestora do Município e representante da autoridade do Estado. Merece, portanto, explícito e veementemente desagravo”, diz a juíza. Nos autos, a prefeita apresentou um vídeo em que um homem aperta o peito dela durante um evento de campanha.

Em parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), a promotora de Justiça Eleitoral Mariana Pacheco de Figueiredo ressalta que a situação de importunação sexual relatada por Juliana “não apenas viola a integridade física e emocional da Representada como mulher, mas também representa uma forma explícita de violência de gênero, perpetuando o machismo e a misoginia, especialmente em um espaço público e de relevância política”.

“É latente que, ao sofrer tal ataque, a Representante viu a sua dignidade violada, sobretudo porque praticado por alguém que, publicamente, se posiciona contra sua gestão. Isto é, a conduta pode ser configurada como uma tentativa de manipular a campanha por meio da intimidação e da humilhação pública, usando o corpo feminino como alvo de dominação”, disse a promotora do MPE.

A promotora destacou que “a violência contra uma mulher, prefeita e candidata à reeleição, em um evento público transmite uma mensagem de que o espaço político, já historicamente dominado por homens, não é seguro para mulheres. Isso não apenas desencoraja outras mulheres de se envolverem na política, como também perpetua a cultura de assédio e violência contra elas”.

Logo no início de seu mandato, Juliana Araújo sancionou a lei n° 1.255/2021, que proíbe que agressores de mulheres ocupem cargos na administração pública, sejam eles eletivos ou não. A justificativa dada para a criação da lei é que o acesso de agressores de mulheres demonstra ausência de “idoneidade moral” para exercício dos cargos na prefeitura.

Load More In Política

Check Also

ALBA conquista 4º lugar no nível Ouro de Transparência Pública

A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) obteve a 4ª colocação no nível Ouro da certificaç…