Salvador passará a contar com até 100 novos ônibus elétricos em sua frota e contará com novos terminais de recarga para esses veículos na cidade. A iniciativa será viabilizada com financiamento já aprovado pelo Banco Mundial, na ordem de US$ 94 milhões, e busca prosseguir com a estratégia do município de modernizar o sistema de transporte público, proporcionando mais sustentabilidade e qualidade de vida aos cidadãos.
Nesta semana, representantes da instituição financeira internacional e da Secretaria de Mobilidade (Semob) se reunirão por três dias para discutir como será desenvolvido o projeto de eletrificação da frota de ônibus da capital baiana. Esta é a primeira missão do Banco Mundial, dentre uma série de outros encontros que ocorrerão com a administração municipal, após a aprovação do financiamento junto à Comissão de Financiamento Externo (Cofiex) do governo federal.
Após a conclusão de todo o rito processual, a expectativa é que os entes assinem contrato para liberação do recurso no prazo de seis a oito meses. Com o investimento, a cidade contará com veículos que funcionam com energia limpa para incrementar o sistema BRT Salvador. Além disso, a ideia é construir um segundo eletroterminal em área pública da cidade no Vale dos Barris – cujo projeto está em fase final de elaboração – e mais um terceiro em local a ser definido. A primeira estrutura do tipo foi construída ao lado da Estação Rodoviária.
“A nossa prioridade é melhorar o sistema de transporte público coletivo da cidade. O Brasil todo passa por uma crise nesse setor, e isso é constatado pelo próprio Banco Mundial, que é especialista em transporte público e acompanha outras cidades do país. A renovação da nossa frota foi muito prejudicada pela pandemia. No entanto, a gente vem, desde 2021, mantendo esse compromisso”, explicou o titular da Semob, Fabrizzio Muller.
Atualmente, Salvador é a terceira cidade brasileira com o maior número de veículos elétricos em circulação, somando oito ônibus que utilizam baterias recarregáveis rodando nas linhas do BRT. Com as futuras aquisições, o objetivo é alçar a cidade para a segunda colocação, atrás apenas de São Paulo.
“Neste primeiro momento, estamos focando apenas em ônibus elétricos para o BRT, que é onde foi concebido o projeto piloto para que pudéssemos ter todo aprendizado dessa tecnologia nova. Pela condição segregada de via, consegue-se ter maior eficiência energética nesse cenário, mas, sem dúvida nenhuma, essa é uma tendência que certamente seguirá para o sistema convencional de transporte”, acrescenta Muller.
Além de serem considerados silenciosos, os ônibus elétricos são capazes de rodar até 250 km com uma carga total de quatro horas. Estes veículos, embora tenham custo de compra mais elevado que os convencionais, possuem mais durabilidade e menos gasto com manutenção. “O nosso objetivo é reduzir bastante a poluição, os gases de efeito estufa na atmosfera, pois o transporte público é um dos grandes poluidores do meio ambiente”, frisa o secretário de Mobilidade.