Samba-reggae e resistência negra feminina marcam Carnaval da Bahia

Os blocos Didá e A Mulherada foram selecionados pelo Edital Carnaval Ouro Negro 2019

Entre múltiplos ritmos, trios, arranjos, misturas e batuques, típicos da folia momesca, baianos e turistas vão “abrir alas” e se render ao som percussivo das bandas femininas Didá e A Mulherada. As duas instituições foram selecionadas pelo Edital Carnaval Ouro Negro, projeto do Governo do Estado, através da Secretaria da Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e da Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA).

A Mulherada – Celebrando 18 anos, as percussionistas sairão na quinta-feira (28) de Carnaval com uma novidade: a Ala de Canto formada por duas mulheres. Com o tema “Mistérios da África – as yabás, orixás, mães e rainhas”, o bloco vai percorrer o Circuito Osmar (Campo Grande), a partir das 17h, homenageando as raízes ancestrais das mulheres negras. Yabás são entidades femininas que, nestes desfiles, serão representadas pelas orixás Iansã, Iemanjá, Oxum e Nanã, com decoração do Mini Trio sob o comando das cores azul, vermelha, amarela e lilás, que simbolizam as divindades.

Ao todo serão 60 percussionistas, 30 baianas, 40 rainhas afro, 30 mulheres compondo a Ala Feminista, além de carro alegórico em homenagem às YABÁS, e um conjunto de 100 dançarinas.

Didá – Foto: André Frutuôso

Didá – Conhecidas como “Rainhas que tocam tambor”, as integrantes que formam a primeira banda só de mulheres a tocar samba-reggae no mundo, a Didá, completam 25 anos de história e contagiam com a mistura do samba de raiz e batida africana. Em cima do trio, 18 mulheres farão a harmonia entre teclado e percussão, sob comando das cantoras Carla Lis e Madá Gomes, ex-aluna e percussionista, que fará seu primeiro carnaval como vocalista da Didá. No chão, serão 80 ‘rainhas’ tocando e levando, em várias alas, homenagens às baianas, à Princesa Anastácia e a Neguinho do Samba, além de uma ala de dança mostrando a Didá, desde o surgimento até os dias atuais.

Este ano a Banda Didá desfilará no sábado e segunda-feira, às 12h, com cerca de 1000 participantes (mulheres e crianças), celebrando seus 25 anos e levando para as ruas indumentárias em tons de prata e branco, levantando, do Campo Grande à Praça da Sé, o lema “Didá, 25 anos de Samba-Reggae e Resistência Negra Feminina”.

Ouro Negro – Chegando à sua 12ª edição, o Ouro Negro oferece importantes subsídios para o apoio a agremiações de matrizes africanas e tradicionais dentro dos circuitos do Carnaval de Salvador. Desta forma, é promovida a preservação e valorização a presença destes blocos, com o desfile em alas e indumentárias tradicionais, assim como a maior participação da juventude, transmitindo o legado para as novas gerações. Dentro de suas comunidades, estas entidades contribuem para o desenvolvimento social através de projetos que estimulam a construção de uma cultura cidadã.

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