Na manhã desta terça-feira (27), servidores do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA) se juntaram ao sindicato da categoria e paralisaram suas atividades por duas horas. Debaixo de chuva, em frente ao Conselho, nos Barris, os servidores reivindicavam o cumprimento do acordo coletivo e a falta de gestão do presidente interino, dentre outros pedidos.
Segundo o Sindicato dos Servidores de Conselhos da Bahia (Sinsercon-Ba), “essa paralização é um alerta à gestão interina”. “Foram inúmeras tentativas e nenhuma resposta. Não sobrou outra alternativa senão essa paralização. Após esse momento, caso não tenha negociação, haverá a primeira greve da história dos Conselhos e só terminará quando o patrão resolver sentar e conversar”, afirmou Diogo de Oliveira, presidente do sindicato.
Na lista de motivos para a paralisação estão a negociação do acordo coletivo do trabalhador – ACT; o percentual de 30% reservado aos servidores efetivos para ocupar cargos em comissão, determinado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen); a ausência de informações e dados dos salários dos servidores e dos cargos em comissão no portal da transparência.
Em nota divulgada pelo Sinsercon-Ba, horas antes da paralisação, o sindicato cita “práticas e ações questionáveis realizadas pela gestão atual”.
A autarquia está sob administração interina após o presidente eleito, Jimi Medeiros, ser afastado pelo Cofen por suposto envolvimento em “rachadinha”. O caso está na Justiça Federal, após Medeiros alegar que não há provas contra ele na acusação.
Em entrevista ao Caderno de Notícias, uma servidora, que está há mais de 10 anos na autarquia, falou do que está vivenciando dentro do Coren-BA. “A gente não tem como descrever a tensão que é estar trabalhando aqui nesse momento, porque as mudanças estão acontecendo e estamos trabalhando de forma aleatória, sem saber o que vai acontecer amanhã, porque ninguém diz”, informou ela, que não quis se identificar por receio de possíveis represálias.
Recentemente, um suposto caso de assédio moral e verbal veio à tona nas dependências internas do Conselho. Sobre este assunto, a servidora explicou que “Os colegas nem imaginaram que iriam passar por isso, porque foi a primeira vez que foram assediados e ficaram com receio de que algo pior venha acontecer”, disse.
Ao contrário do que diz o sindicato, o Coren-BA informou que conversa constantemente com o Sinsercon-Ba e está avaliando a pauta salarial, levando em consideração que o Coren-BA é uma autarquia e precisa respeitar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Sobre o caso de assédio, o Coren-Ba disse desconhecer qualquer situação de assédio nas dependências do Conselho.
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