Tinoco questiona governo sobre desapropriação de área anexa ao Palácio Rio Branco

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O vereador Claudio Tinoco (União Brasil), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Centro Antigo de Salvador, solicitou informações ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) sobre a desapropriação de uma área de 1.406,74 metros quadrados no frontispício da capital baiana. A área, localizada entre o Palácio Rio Branco (Rua Pau da Bandeira) e a Ladeira da Montanha, seria destinada a um projeto hoteleiro, conforme divulgado na imprensa, e foi desapropriada “de forma amigável” pelo valor de mais de R$ 1,4 milhão.

Tinoco destacou que o governo precisa explicar onde fica exatamente a área, cuja localização não é informada precisamente, e qual será a destinação do espaço. O termo de desapropriação foi realizado pela Secretaria Estadual de Turismo e prevê a desapropriação do local, que fica ao lado do Elevador Lacerda, e será utilizado como a ampliação de um hotel que será instalado no Palácio Rio Branco. Em fevereiro de 2022 o governo homologou a concessão do hotel para a rede hoteleira Rosewood.

“Convido a todos que passem pela praça Maria Felipa (antiga Praça Cairú) e olhem para cima. O que todos vão ver é uma área verde, de uma vegetação densa que compõe o frontispício, esse acidente geográfico que marca a formação da nossa cidade, que divide Salvador entre Cidade Baixa e Cidade Alta. Imagine vocês que, a área irá abrigar cerca de 75 quartos, sendo 39 dentro do Palácio e 36 na área anexa”, destacou Tinoco.

Tinoco ainda questionou a capacidade da empresa envolvida na transação, Toncer Participações e Empreendimentos Patrimoniais Ltda., com sede em Belo Horizonte, Minas Gerais, e cujo sócio é o ex-jogador de futebol Toninho Cerezo. De acordo com Tinoco, o CNPJ se refere a uma microempresa com capital social de pouco mais de R$ 360 mil.

“Eu já vi no passado recente muitos acusarem, inclusive, que o Toninho Cerezo estava especulando imóveis em Salvador, que estava adquirindo imóveis aqui na Santa Tereza, próximo ao Dois de Julho, para especulação imobiliária. É esse o Governo do Estado que paga a iniciativa privada para entregar uma área do frontispício de Salvador”, destacou o vereador.

Tinoco ressaltou que irá protocolar um pedido formal de esclarecimentos, com base na lei de acesso à informação, à Secretaria de Turismo e ao governador, buscando respostas sobre o processo de desapropriação. Ele salientou que defende a instalação do hotel, que trará investimentos para Salvador, mas reforçou que é preciso transparência no processo de desapropriação.

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