Hilton Coelho promete equipe com maioria feminina, defende revitalização de trens e critica BRT em live do CN

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Na noite desta quarta-feira (14), o candidato entrevistado pelo editor do CN, Luciano Barreto, foi Hilton Coelho, do PSOL. Em uma hora de live transmitida pelo Instagram com participação de internautas, o candidato do PSOL falou sobre os temas saúde, educação, planejamento urbano e política para as mulheres.

Ao falar sobre saúde, Hilton fez duras críticas à gestão atual por, segundo ele, não respeitar o piso dos profissionais da área e precarizar serviços como o de maqueiro, que seriam exercidos por pessoas contratadas de empresas terceirizadas.

Além do investimento nos profissionais, as melhorias na atenção básica e no saneamento básico foram defendidas como maneira de melhorar a saúde na cidade. “Tão importante quanto curar a doença é a promoção da saúde”, disse o candidato. “Especialmente com relação ao saneamento básico, houve um plano que não é aplicado nesta gestão, que é subordinada aos grupos econômicos. O plano diretor de saneamento básico está engavetado e entre outros componentes ele se compromete com a despoluição dos rios”, completou. Ainda sobre saúde, Hilton propôs a criação de um centro de pesquisa e formação para discutir as especificidades do município e criticou a criminalização das drogas por suas mortes acarretadas. “A pior droga do Brasil é o álcool, que causa mais doença e mortes, mas é glamourizado porque beneficia grandes empresas. É o trabalho inverso do que deveria ser feito. Na década de 30 a proibição do álcool nos EUA gerou uma série de problemas”.

No segundo assunto discutido, educação, Hilton foi duro nas críticas à gestão atual e também à gestão do prefeito anterior, João Henrique. “A lógica de administração do DEM já vinha com a gestão de João Henrique. Essas pessoas começaram a empacotar a educação de Salvador, trazendo programas e metodologias de fora que nada tem a ver com Salvador”, disse o candidato do PSOL, que enxerga um cabo de guerra entre o setor de educação municipal e os professores. “A prefeitura tenta enquadrar profissionais e eles não aceitam, porque educação precisa ser libertadora”.

Deputado estadual desde 2019 e vereador de Salvador entre 2013 e 2018, o psolista falou de sua experiência na Câmara Municipal quando o assunto planejamento urbano foi abordado. “Quando fui vereador, sofri por não ter acesso às planilhas do transporte público. Precisamos ter um poder público que se imponha e diga que essa transparência deva existir”, disse Hilton. “Precisamos de uma frota pública, algo que faça com que o poder público faça parte do processo, com relação a essas contas. E democratização do debate, precisamos envolver a sociedade na discussão de temas polêmicos”, completou.

Além da questão dos ônibus, Hilton defendeu a linha férrea e a integração desta com o metrô, como forma de melhorar a qualidade do transporte público, saúde da população e economia da cidade. Para o candidato do PSOL, o trem do subúrbio pode ter entroncamento com a saída da cidade. “A gente tem condições de trazer a produção agrícola de Recôncavo para cá, imagine o impacto disso na saúde? O impacto disso pode ser muito importante para Salvador e do ponto de vista econômico também, com feiras orgânicas que podem distribuir renda e riqueza. Além de gerar rede de pequenas indústrias, de baixa tecnologia”, opinou.

Ao falar do BRT, Hilton se mostrou crítico à gestão e ao modelo de transporte, que no seu ponto de vista, prejudica o meio-ambiente. “É um transporte pneumático, não tem nada a ver com trilho. Com plebiscito, as pessoas rejeitariam o BRT, é algo que está sendo revertido no mundo todo”, criticou o deputado estadual do PSOL. “Hoje em dia estão tirando os tampões dos rios, não o contrário. Nós costumamos discutir saneamento básico, mas se você descontaminar o rio, ele volta a ter importância”.

No último tema, política para as mulheres, Hilton Coelho prometeu equipe de governo com maioria de mulheres liderando as secretarias e disse estar disposto a formar o “banco do povo de Salvador”, com o intuito de fortalecer e fomentar as atividades populares e valorizar o cooperativismo feminino. “Salvador tem uma rede, muito do que é produzido em Salvador é feito de forma cooperativa, como o trabalho das marisqueiras. Eu moro no subúrbio ferroviário e aqui nós não devemos nada a nenhum lugar. E por uma questão cultural as mulheres estão a frente disso”, disse o candidato ao final da entrevista.

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Esta matéria é parte de uma série de lives do Caderno de Notícias com todos os candidatos à Prefeitura de Salvador nas eleições de 2020. Para ler ou assistir a entrevista dos candidatos, basta clicar no link com o nome dele(a), por ondem de entrevista: Pr. Sgt. Isidório (Avante), Olívia Santana (PCdoB), Rodrigo Pereira (PCO), Major Denice Santiago (PT), Cezar Leite (PRTB) e Hilton Coelho (PSOL).

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