Em nota, José Carlos Araújo reafirma: Eduardo Cunha mentiu em sua delação frustrada

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Preso há três anos, o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), em sua proposta de delação na Lava Jato, afirmou (sem provas) supostas irregularidades e tentativas de extorsão durante o processo no Conselho de Ética da Câmara. Acusado de quebra de decoro por ter mentido em depoimento a uma CPI ao afirmar que não possuía contas no exterior, o ex-deputado foi cassado em setembro de 2016.

Nessa tentativa de um acordo de delação, Cunha disse que o então chefe do colegiado e deputado baiano José Carlos Araújo (PL) cobrou pagamento para que o próprio Cunha indicasse o relator da CPI. Para ele, houve fraude no sorteio que definiria uma lista tríplice de onde seria escolhido, por Araújo, o relator.

Em nota, o ex-deputado federal e presidente do Partido Liberal (PL) na Bahia, José Carlos Araújo respondeu: “Fui assediado várias vezes, mas em nenhum momento, naquele período turbulento da Câmara, procurei o ex-presidente da Casa sob qualquer pretexto, muito menos em troca de favores”.

Leia a nota na íntegra:

Em relação à reportagem publicada na última quinta-feira (26), pelo jornal Folha de São Paulo, sob o título “Em delação frustrada, Cunha cita 120 políticos e arrecadação milionária” e na qual o ex-deputado federal Eduardo Cunha cita o meu nome na condição de então presidente do Conselho de Ética da Câmara e responsável pela condução do processo que culminou com sua cassação acusando-me de ter tentado extorqui-lo, venho, em nome da verdade, esclarecer que: em nenhum momento, naquele período turbulento da Câmara, procurei o ex-presidente da Casa sob qualquer pretexto, muito menos em troca de favores. Pelo contrário, fui assediado por pessoas que se diziam seus emissários que me propuseram várias vezes, acordos espúrios como forma de “atenuar” a atuação do Conselho.

Esse assédio, que começou de forma discreta, no decorrer do processo tornou-se ainda mais intenso e agressivo quando tive a minha vida profissional e pessoal devassada por outros emissários do senhor Eduardo Cunha e meus adversários políticos aqui, na Bahia, que chegaram ao ponto de serem levados à Brasília para serem orientados quanto às possíveis acusações a serem lançadas contra mim em uma campanha que acabou não logrando resultado algum já que nada tinha – ou tenho – a esconder.

Conforme a própria reportagem da Folha afirma (leia aqui), a denúncia de Eduardo Cunha em sua tentativa de delação – apenas com a intenção de desqualificar todo o processo que levou à sua condenação tanto na Câmara quanto pela Justiça – não foi, em nenhum momento, comprovada. A reportagem também mostra a mentira elaborada por Cunha em sua delação quando diz que “houve fraude no sorteio para a escolha do relator (do processo de cassação)… quando se colocou bolas mais pesados nos nomes dos escolhidos…” a matéria restabelece a verdade ao mencionar que “as imagens da época, porém, mostram que o sorteio não foi feito por meio de bolas, mas sim, por papeizinhos colocados em uma urna e anunciados publicamente.”

Não me surpreende a repercussão da reportagem da Folha, tendo em vista que conversei longamente com um dos autores da matéria durante a sua apuração. Surpreende-me, isto sim, a forma como alguns veículos ou seus editores decidiram republicá-la insinuando, nas entrelinhas, que eu estaria de alguma forma, envolvido com as falcatruas do senhor Eduardo Cunha e assim distorcer os fatos que a matéria da Folha deixa claros: Cunha mentiu e mente. Desesperadamente. Deslavadamente. E quem se decidiu por distorcer o título da matéria colocando-me em primeiro plano (como um alvo a ser atingido), tem outras intenções que não a verdade, que não a imparcialidade que deve sempre nortear a atividade do jornalismo.

As acusações assacadas contra mim por Eduardo Cunha foram devidamente apuradas pela Corregedoria da Câmara que se decidiu pelo seu arquivamento por falta de provas e também pela Procuradoria Geral da República onde foram investigadas pelo procurador-geral Rodrigo Janot e remetidas ao ministro do STF, Marco Aurélio de Mello e da mesma forma, arquivadas. Todos esses processos encontram-se à disposição de quem defende a verdade.

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