Estudo indica aumento da violência no meio político

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Uma pesquisa sobre violência na política, promovida pelas organizações não-governamentais Terra de Direitos e Justiça Global revela 327 casos de violência contra políticos eleitos, candidatos e pré-candidatos, incluindo ameaças, agressões e ofensas, no período de janeiro de 2016 a setembro de 2020.

Os casos de assassinatos e atentados somam 125, em 24 estados do Brasil. De 2016 para 2019, o número deste tipo de crime quase triplicou. Foi de 46 em 2016 para 136 em 2019. Com o início da campanha eleitoral, pelo menos, outros sete casos de mortes e atentados foram registrados, depois que a pesquisa foi concluída. Em 91% dos assassinatos e atentados, os alvos são candidatos a vereador ou a prefeito e eleitos. Se em quase todo o país, os crimes são concentrados nas cidades do interior, o estado do Rio de Janeiro é uma exceção. As milícias que atuam na capital e na região metropolitana são as maiores responsáveis pelo alto número de mortes e atentados. No início do mês, dois candidatos foram assassinados, num intervalo de dez dias, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

“É possível mapear casos de violência contra candidatos e pessoas eleitas no Brasil em todos os anos, mas a eleição funciona como um gatilho que faz aumentar o número de casos. É importante destacar também que esses casos, majoritariamente, têm se repetido nos estados de maior violência no país, portanto, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pará”, diz a pesquisadora Élida Lauris, coordenadora da ONG Terra de Direitos.

Um levantamento divulgado pelo G1, feito pela Universidade Federal Fluminense, pela Universidade de São Paulo e por outros institutos que pesquisam a violência, mostra que a ação das milícias já atinge uma parcela maior da população da cidade do Rio de Janeiro, do que o tráfico de drogas. A partir da análise de dados do disque-denúncia, os pesquisadores estimaram em um terço o total de moradores que vive sob a influência de milícias. São mais de dois milhões de pessoas.

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