Morre Gustavo Bebianno, o ex-ministro que sabia demais sobre milicianos

Atualmente no PSDB, o político era pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro

O ex-secretário geral da Presidência, Gustavo Bebianno (56 anos), morreu na madrugada deste sábado (14) em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Coordenador da campanha de Jair Bolsonaro em 2018, ele era pré-candidato a prefeito pelo PSDB no Rio.

De acordo com o presidente estadual do partido no Rio, o empresário Paulo Marinho, Bebianno passou mal e sofreu um infarto fulminante. “Infelizmente, é verdade. Passou mal, foi levado ao hospital, tentaram reanimá-lo, mas não resistiu”, afirmou Marinho por telefone ao Portal UOL.

Bebianno estava em um sítio com seu filho quando se sentiu mal durante a madrugada. Ao ir ao banheiro tomar um remédio, desmaiou. Ele foi levado para um hospital da cidade, onde morreu.

O velório e o enterro acontecerão em Teresópolis (o local e os horários ainda não foram informados). Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Marinho disse que Bebianno “morreu de tristeza por tudo que passou” nos últimos meses. De aliado a desafeto de Jair Bolsonaro, Bebianno foi o pivô da primeira crise política do governo.

Da demissão à morte

O ex-ministro foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 18 de fevereiro do ano passado em meio a acusações de irregularidades nas campanhas do PSL, quando era presidente nacional do partido. A crise ganhou amplitude quando o vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente, o chamou de mentiroso e a declaração também foi reforçada pelo presidente.

De acordo com a coluna Radar, da Veja, após a demissão, Bebianno recebeu várias ameaças e para se resguardar o ex-ministro deixou duas pessoas próximas avisadas sobre o que fazer caso ele sofresse algum tipo de retaliação.

Segundo a coluna, publicada em 22 de fevereiro de 2019, “por conta das ameaças que vem recebendo, o político escreveu cartas a duas pessoas próximas, contendo informações como o nome de quem estaria interessado em lhe fazer mal. “Se algo acontecer comigo, abram”, disse o ex-ministro”, segundo a publicação.

Em 2 de março, nos bastidores do programa de televisão Roda Viva, do qual participou [Confira entrevista no final da matéria], Bebianno relatou ter medo de falar tudo o que sabia sobre os atos que envolvem Jair Bolsonaro. Ao ser pressionado por jornalistas, fora do ar, respondeu: “Está vendo aquele ali [apontando para o seu filho]? É o meu único segurança”, disse. O jovem era o único na plateia de convidados de Bebianno.

Em dezembro de 2019, em entrevista à Rádio Jovem Pan, o ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro afirmou ter “fora do Brasil” material com informações relativas ao mandatário e ao governo.

“Me sinto, sim, ameaçado. O presidente Jair Bolsonaro é uma pessoa que tem muitos laços com policiais no Rio de Janeiro. Policiais bons e ruins. Me sinto, sim, vulnerável e sob risco constante. […] Eu tenho material, sim, inclusive fora do Brasil. Porque eles podem achar que, fazendo alguma coisa comigo aqui no Brasil, uma coisa tão terrível que fosse capaz de assustar quem estivesse ao meu redor e, portanto, inibir a divulgação de algum material… Eu tenho muita coisa, sim, inclusive fora do Brasil. Então, não tenho medo”, afirmou.

Atualmente, no PSDB, Gustavo Bebianno tinha planos de se candidatar à Prefeitura do Rio nas eleições desse ano. Nas redes sociais, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), recentemente um dos principais aliados de Bebianno, lamentou a morte do colega de partido. (veja outras manifestações de políticos).

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