São assustadoras as imagens que vemos diariamente de animais agonizando, vítimas dos incêndios florestais que atingem a Amazônia e o pantanal.
Com aumento, ano após ano, do desmatamento nas duas regiões, faz-se o ambiente ainda mais propicio para o aumento também das queimadas: Redução da umidade, provocada pelo desmatamento, que leva a baixa precipitação de chuvas, tornando o solo mais seco e tornando a propagação de chamas mais rápida e difícil de controlar. Junte-se a tudo isso, uma legislação frágil e o incentivo diário vindo das autoridades, que além de deslegitimarem órgãos do próprio governo que monitoram as incidências de queimadas, sucateiam os órgãos fiscalizadores, afastando servidores, baixando normativas que constrangem novas fiscalizações e acenam, publicamente, para com o desrespeito com a causa ecológica, vislumbrada pelo centro político-ideológico do governo como entrave do desenvolvimento.
Ora, mas que desenvolvimento? O desenvolvimento que o mundo todo vem defendendo, fruto de ações verdes, respeito à diversidade, redução de impactos ambientais e possíveis compensações ou o desenvolvimento que este governo defende: desmatar para produzir, poluir para fabricar e desproteger para garimpar? Afinal, não é isso que ele pratica quando baixa portarias que proíbem ações de fiscalização, ou reduz áreas de proteção ou simplesmente incentiva e defende que se produza em terras indígenas?
A verdade é que vemos nossas matas e nossas florestas se tornarem cinzas, sem nenhuma ação efetiva de combate e nem, muito menos, ações preventivas que visem pôr fim à expansão do desmatamento ou a melhor preparação dos agentes públicos que fiscalizam e lutam incansavelmente para proteger nossa fauna e flora.
É triste ver a nossa paralisia perante as tantas ações que mais parecem orquestradas para destruir toda a organização social, política e ambiental que conhecemos: redução de direitos trabalhistas, aumento da pobreza, fim do estado como mantenedor de políticas de desenvolvimento sustentavelmente econômicos e sociais e o fim de nossa flora e fauna, tudo isso com o pretexto de uma política liberal, que mais parece libertinagem!
Mas a verdade é que nada mais surpreende neste governo que, nas palavras do próprio ministro do meio ambiente, era preciso aproveitar a pandemia e “passar a boiada”. Vai ver que as arvores estavam atrapalhando o gado de passar! Que gado? Os dois!
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